terça-feira, 20 de outubro de 2009

ARTIGO - O CINEMA NA SALA DE AULA

O Cinema na Sala de Aula
Eliane Tavares Moraes¹
Suelem Cristina da Silva Gomes²

Resumo
Este artigo contém uma breve análise, sobre a importância de conciliar e contextualizar Geografia e Cinema dentro da sala de aula, para que as aulas se tornem mais atrativas e significativas para a aprendizagem do aluno. Sendo que o recurso audiovisual (o filme) vem para provocar uma situação de aprendizagem para os alunos e professores e não para suprir a ausência de metodologias por parte dos docentes e da escola.
Palavras-chave: Geografia, Cinema, Sala de aula, Recurso Audiovisual.

É vantajoso trabalhar com documentários e filmes de ficção na sala de aula, porque a ludicidade dos filmes possui uma característica muito própria na qual a imagem está em movimento, e nesse sentido a vida representada na tela parece mais próxima da realidade, mas a imagem precisa está a serviço da investigação e da crítica sobre a sociedade em que vivemos. Trata-se, então, de um movimento de apropriação cognitiva da relação espaço-imagem. Para Barbosa (2000) “não é nenhuma novidade o uso de meios audiovisuais como recurso didático no trabalho em sala de aula. Há quem veja nesses meios uma solução prática para a dinamização das atividades escolares”.
No entanto vale ressaltar que este recurso não deve ser usado no sentido de suprir a falta de professores, principalmente na rede pública. Os meios audiovisuais possuem potencialidades de enriquecimento da relação ensino-aprendizagem, no que se refere mais especificamente ao cinema, podemos dizer que o diálogo entre o mesmo e a geografia ainda encontra-se um pouco marcado pela timidez. Na qual não se pode dizer o mesmo em relação ao nosso objeto de estudo: o espaço.


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¹ Acadêmica do 6º semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Amapá – UEAP, japalia22@yahoo.com.br
² Acadêmica do 6º semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Amapá – UEAP, suelemcristina_ap@hotmail.com.

Segundo Francastel (1983), qualquer que seja a importância do movimento ou do tempo ou de qualquer outro elemento técnico ou psicológico no mecanismo de expressão fílmica, deve ter-se sempre em mente que o cinema estabelece a noção de espaço.

Para o referido autor, o cinema, entre todas as formas artísticas, têm talvez a capacidade mais robusta de tratar de forma instrutiva temas entrelaçados do espaço e do tempo. No entanto o cinema possui limites enquanto representação do espaço, pois se trata de um espetáculo projetado numa tela sem profundidade, mas isto não faz o cinema deixar de ser um campo rico e estimulante para o trabalho de pesquisa e ensino. E diante disso Campos (2006) afirma que o cinema “se constitui em uma fonte de cultura e informação”. Mas é preciso está atento a sua forma de utilização, onde o filme não deve ser utilizado como uma ilustração da palavra do professor, na qual o mesmo é uma expressão artística e um importante instrumento de comunicação e não podemos ignora-lo para se trabalhar dentro da sala de aula, pois é um recurso didático pedagógico que ira ajudar no processo educativo, e este recurso pode ser usado para criar condições já que é um conhecimento maior da realidade e para uma reflexão mais profunda, ou como um reforço da aprendizagem, práticas que tornam o uso do filme completamente reduzido a um mero questionário de luxo.
Haja vista que o papel do filme na sala de aula é o de provocar uma situação de aprendizagem para educandos e educadores, e mediante a isso o filme trabalhado dentro da sala de aula, deve estar inserido naquilo que se pretende trabalhar em um processo de busca de interpretações com base em referências como o saber da escola e o saber do mundo, sendo que o cinema estabelece mediações entre a vida real e a fantasia, o revelado e o ocultado. Também é de mera importância que o professor ao trabalhar com cinema dentro da sala de aula, selecione filmes compatíveis com a programação da disciplina escolar, é necessário que ele tenha um planejamento e fazer com que os alunos tenham uma visão critica do que está sendo projetado na tela, porque o cinema pode muito contribuir para nossa aprendizagem. Pois a linguagem do cinema vem sendo cada vez mais utilizada nas aulas de Geografia. Enquanto alguns professores empregam de maneira adequada essa linguagem, outros ainda têm dificuldade de usá-la como recurso didático sem descaracterizar ou esquecer a arte cinematográfica.
Diante disso podemos dizer que na linguagem do cinema na disciplina de Geografia, o filme se compõe de múltiplas linguagens integradas na constituição de um todo. É, portanto, uma produção cultural importante para a formação do intelecto das pessoas, porque com ele aparecem questões cognitivas, artísticas e afetivas de grandes significados.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, J.L Geografia e cinema: em busca de aproximações e do inesperado.In: Ana Fani Alessandri Carlos (Org.). A geografia na sala de aula. 1ª ed. São Paulo: contexto, 2000.
CAMPOS, R.R. Cinema, geografia e sala de aula. Estudos geográficos (UNESP), 2006. p.01-22.
NEVES, A.A; FERRAZ, Cláudio Benito Oliveira. Cinema e geografia: em busca de aproximações. Espaço Plural (Unioeste), 2007. p.75-78.
PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Para ensinar e aprender Geografia. 1ª ed. São Paulo: Cortez, 2007. p. 265.

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